O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) recomenda que o planejamento estratégico de uma empresa seja construído de forma a responder três questões principais:
Onde estou?
Para onde quero ir?
Como chegar lá?
1. Defina um objetivo
Para essa definição, é preciso olhar para a frente, mas não basta pensar em dias ou meses, mas sim em anos. E aqui vai mais uma dica: quanto mais específico for nessa etapa, melhor. Busque metas quantificáveis. É mais fácil definir ações, por exemplo, se você estabelecer o objetivo de aumentar o faturamento em 30% em até cinco anos, ou melhorar o market share em 15% e se tornar a referência do mercado em dez anos.
2. Faça um diagnóstico interno e externo
Mesmo que você esteja seguindo à risca o plano de negócios e a estratégia proposta para a empresa, há fatores internos e externos que podem prejudicar a previsão feita anteriormente. E isso vale tanto para resultados abaixo como acima do esperado. Afinal, se há dinheiro sobrando, é hora de ajustar o planejamento para talvez reinvestir no negócio.
Uma das melhores ferramentas de diagnóstico na empresa é a Análise SWOT, que em português recebeu o nome de FOFA. O acrônimo significa o seguinte:
F: Os pontos fortes da empresa em uma análise do momento.
O: As oportunidades que essas forças geram em uma projeção futura.
F: Os pontos fracos da empresa em uma análise do momento.
A: As ameaças que essas fraquezas geram em uma projeção futura.
Obviamente, forças, oportunidades, fraquezas e ameaças são determinadas a partir de uma análise de mercado, na comparação com os concorrentes. Para esse diagnóstico, contudo, não podem ficar de fora possíveis fatores econômicos, sociais e políticos, por exemplo. Ou seja, tudo aquilo que pode influenciar positiva ou negativamente para alcançar os objetivos da empresa.
Quer um exemplo? A crise econômica vai até quando? Será que acaba em este ano ou respinga no ano que vem? De que forma a meta que você propôs no passo anterior enfraquece ou até se torna inviável se a instabilidade não passar logo? Essa é a hora de responder a todas essas questões.
3. Determine as estratégias e as ações
Em primeiro lugar, não confunda estratégias com ações no seu planejamento. As estratégias correspondem à forma como o seu objetivo será atingido, enquanto as ações indicam as medidas práticas implantadas na empresa para chegar lá.
Ainda não ficou claro? Bons exemplos sempre ajudam.
Supondo que o seu objetivo seja triplicar o faturamento em dez anos, você estabelece que uma das estratégias será lançar um novo produto a cada 12 meses. Para que isso se torne possível, é necessário definir as ações, que podem ser contratar determinados profissionais, realizar uma pesquisa de mercado, entre outras.
Seja qual for o método, cabe ao gestor selecionar e organizar as melhores sugestões, estabelecendo o que é preciso para realizar as ações definidas, em especial no que diz respeito a custos, e também um prazo limite para a sua realização. Criar um cronograma para desenvolvimento do plano é fundamental.
4. Alinhe com a equipe
Havendo ou não a participação da equipe na fase de proposição de ações e estratégias, o plano só vai funcionar se todos se envolverem com ele. Mais do que acreditar, é preciso participar e cabe novamente ao gestor, na função de líder, garantir as condições para que isso aconteça. As metas dos colaboradores, não importa quais sejam e que prazos tenham, precisam estar alinhadas aos objetivos da empresa, contribuindo para que eles se tornem mais próximos.
5. Aplique e monitore
Se você fez bem a “lição de casa” nos passos anteriores, não deve ter dificuldades na hora de colocar suas ações em prática. Aplique o cronograma estabelecido na etapa de número 3, mas não esqueça de acompanhar e monitorar o andamento do plano. A simples presença do gestor pode ser decisiva para contagiar a equipe e garantir que tudo transcorra dentro do previsto.
Como comentamos na parte inicial deste artigo, até mesmo o pior dos cenários, que é a falência, depende de um bom planejamento. Nesse caso, o foco estará em minimizar os danos, de forma que o patrimônio da pessoa física não seja afetado por dívidas da pessoa jurídica, por exemplo.
Talvez não seja preciso fechar a empresa, mas reduzir custos de forma drástica, em razão do esperado agravamento da crise. Melhor agir antes que ela bata na sua porta com consequências piores, concorda? Nessa situação, uma estratégia pode ser diminuir o peso da folha de pagamento e, entre as ações, talvez estejam demissões e terceirização de mão de obra.
Se preparar para o pior, embora pareça visão de um empreendedor pessimista, tem, na verdade, o dedo de um gestor inteligente. São várias as causas para um desempenho ruim no negócio, desde erros internos a complicações externas. Como o empresário lida com isso diz muito sobre a sua capacidade e depende, prioritariamente, do quanto ele se planejou para tanto.
Considerações finais
Neste artigo, apresentamos um passo a passo para colocar em prática o planejamento estratégico de uma empresa. Como você pôde acompanhar, os objetivos podem variar, mas não a necessidade de o empreendedor estar bem preparado.
Você pode ter certeza de que, por trás dos negócios que tanto admira, há um empresário que entende o real significado da palavra planejamento e que, como dizem, não dá ponto sem nó. O melhor que você tem a fazer é se espelhar nele e levar essa postura para a condução da sua empresa.
Se há uma lição importante que este artigo deixa é que, não importa a hora, nem o momento, mas o futuro do seu negócio depende de uma boa estratégia.
Que tal usar esse conhecimento para garantir dias melhores pela frente?
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